A precisão da máquina é fria; a medicina exige raciocínio ético, humano e adaptável.
Elon Musk, visionário da tecnologia e CEO de empresas como Tesla e Neuralink, declarou recentemente que, dentro de cinco anos, robôs ultrapassariam os melhores cirurgiões humanos em qualidade de operações.
A declaração repercutiu nas redes sociais e foi usada para promover a ideia de um futuro totalmente automatizado na medicina.
Contudo, a TV Saúde questiona: Quem tomará decisões vitais em situações imprevisíveis? Quem enfrentará as exceções que a programação robótica ainda não consegue prever?
A prática médica é feita, em sua essência, de incertezas. Nenhum algoritmo, por mais avançado, pode replicar a capacidade humana de raciocínio clínico, empatia, adaptação e improvisação diante do inesperado.
Cirurgias não são meramente procedimentos matemáticos. Uma simples variação anatômica, uma hemorragia súbita ou um choque anafilático exigem uma resposta humana, imediata e inteligente — algo que máquinas, até hoje, não conseguem executar autonomamente.
O verdadeiro risco está em promover a ideia de que a técnica pode substituir o julgamento humano sem perdas. Automatizar 100% dos procedimentos cirúrgicos é não apenas irrealista, mas também irresponsável, pois vidas humanas não são algoritmos.
TV Saúde reforça que a robótica médica é ferramenta — poderosa, sim — mas sem a mente, a experiência e a ética do médico humano, ela se torna uma máquina cega, incapaz de proteger a vida em sua complexidade real.
Antes de celebrar robôs como salvadores da medicina, a sociedade precisa refletir: Queremos hospitais como fábricas de produção automatizada ou centros de cuidado humano?