Um mundo livre de carne até 2035 é “totalmente possível”

Publicado por: Redação
28/03/2022 16:33:35
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Cortesia Editorial Pixabay
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A notar uma mudança nas tendências do mercado, já várias produtoras de carne começaram a apostar também na criação de produtos alternativos.

 

O CEO da Impossible Foods, que cria alternativas à carne e está por detrás do conhecido hambúrguer vegetariano Impossible Burger, acredita que é possível o mundo deixar de consumir carne em 2035.

 

De acordo com o Freethink, a Impossible Foods já é avaliada em quatro mil milhões de dólares, com Patrick O. Brown a explicar que o objetivo da empresa é proteger o mundo das duas “maiores ameaças ambientais que a humanidade alguma vez enfrentou”, sendo estas as alterações climáticas e a perda de biodiversidade.

 

“De longe o maior fator nestes problemas é o uso de animais como uma tecnologia de comida, globalmente. É de longe a tecnologia mais destrutiva na história humana”, afirmou Brown na Web Summit em 2020.

 

Brown acredita que é “possível” substituir completamente o consumo de carne animal até 2025 e para isso quer apelar às mudanças não com argumentos ambientalistas, mas sim com a criação de produtos que tenham o mesmo sabor que a carne, mas sejam mais saudáveis e amigos do ambiente.

 

As estimativas sugerem que há agora 15 vezes mais animais a ser criados para o consumo humano do que animais selvagens, com uma proporção de 15 para 1. Juntos, a carne e lacticínios são responsáveis por quase 15% das emissões globais.

 

Os dados da Impossible Foods revelam que o seu hambúrguer precise de 87% menos água e 96% menos terra em comparação com um hambúrguer típico e que a sua produção emita 89% menos gases, lembra o Interesting Engineering.

 

Para além da Impossible Foods, a Beyond Meat é também outra grande empresa que tem crescido nos últimos anos e oferece alternativas à carne, prometendo o mesmo sabor e textura.

 

Este ano, a cadeia de restaurantes de fast-food Burger King juntou-se à Impossible Foods no lançamento do Impossible Whopper, que tornou bastante mais acessível o primeiro contacto com este tipo de produtos.

 

Uma indústria que já está a dar conta desta mudança nas tendências de mercado é a própria produção de carne, com grandes empresas como a Tyson, Smithfield ou Perdue a começarem elas mesmas a oferecer alternativas aos consumidores.

 

A procura está a aumentar. Seria parvo se não prestássemos atenção” revela John Pauley, chefe comercial da Smithfield, ao The New York Times.

 

O avanço das tecnologias na impressão de carne, que permitem copiar não só o aspecto mas também o comportamento da carne, é outro ponto a favor do argumento de Brown, apesar destes dispositivos ainda serem caros e pouco acessíveis.

 

Brown também já tem planos para além dos produtos baseados apenas na cópia da carne verdadeira, com a empresa a ponderar criar alimentos em base em plantas completamente diferentes.

 

“Isso é algo em que internamente e na nossa equipa de pesquisa e desenvolvimento, adoramos pensar. Depois de substituirmos completamente os animais enquanto uma tecnologia para a comida, então tiramos as luxas. Há todo um tipo de novos sabores e texturas de carne que podemos criar e estamos ansiosos”, arremata.

 

Por   Adriana Peixoto, publicado por Planeta ZAP //

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