Parkinson: pessoas com dieta rica em vinho e frutos vermelhos vivem mais tempo

Publicado por: Redação
03/02/2022 17:21:16
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Cortesia Editorial Pexels/iStock
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Três ou mais refeições por semana, com frutos vermelhos e vinho, estão ligadas a uma maior probabilidade de sobrevivência nas pessoas com Parkinson.

 

Um novo estudo, publicado na Neurology em janeiro deste ano, mostra que as pessoas com doença de Parkinson, que na sua dieta incluem três ou mais porções por semana de alimentos ricos em flavonoides, como o chá, maçãs, frutos vermelhos, e vinho tinto, tem mais hipótese de sobreviver do que as pessoas que não consomem tantos flavonoides.

 

Durante o período de estudo, os investigadores analisaram vários tipos de flavonoides e concluíram que um maior consumo de flavan-3-ois e antocianinas na dieta — tanto antes como após um diagnóstico de Parkinson — estava associado a um menor risco de morte.

 

De acordo com a Scitechdaily, os flavonoides são substâncias naturais, que se encontram nas plantas, e são considerados poderosos antioxidantes. Estudos anteriores mostraram que os flavonoides podem ter um efeito protetor do cérebro.

 

Xiang Gao, professor da Universidade Estatual da Pensilvânia e autor do estudo, mostrou-se entusiasmado com os resultados obtidos, que “sugerem que as pessoas com Parkinson que fizeram algo tão simples como incluir três ou mais porções por semana de alimentos comuns como bagas vermelhas, maçãs e sumo de laranja podem ter melhores hipóteses de viver mais tempo”.

 

No decorrer do estudo foram analisadas 1251 pessoas com Parkinson com uma idade média de cerca de 72 anos. Os investigadores utilizaram um questionário de frequência alimentar para determinar a ingestão de flavonoides das pessoas, antes e depois do seu diagnóstico, em média durante 33 anos.

 

De quatro em quatro anos, as pessoas eram inquiridas sobre a frequência com que comiam vários alimentos, incluindo chá, maçãs, bagas, laranjas e sumo de laranja. A ingestão de diferentes tipos de flavonoides, foi calculada multiplicando a quantidade de flavonoides de cada alimento pela sua frequência.

 

No fim do estudo, 944 — 75% dos participantes — tinham morrido. Destes, 513 morreram de Parkinson, 112 de doenças cardiovasculares e 69 de vários canceres.

 

O grupo de pessoas que representava 25% dos consumidores com números mais elevados de flavonoides, em média, por dia, tinham cerca de 673 miligramas (mg) nas suas dietas, em comparação com os 25% das pessoas que representam os consumos mais baixos de flavonoides, que tinham cerca de 134mg por dia.

 

Depois de ajustados fatores como a idade e as calorias totais, o grupo que mais consumia flavonoides mostrou ter 70% mais hipóteses de sobrevivência, em comparação com as pessoas do grupo que menos consumia flavonoides.

 

Gao salienta que o maior consumo de flavonoides, antes do diagnóstico de Parkinson, estava associado a um menor risco de morte por qualquer causa nos homens — mas não nas mulheres.

 

Após o diagnóstico, morreram 120 dos 163 homens que pertenciam ao grupo que mais consumia flavonoides, em comparação com 129 dos 163 homens do grupo inferior.

 

Entre as mulheres, 96 das 150 do grupo com maiores níveis de consumo de flavonoides morreram, em comparação com 96 das 149 mulheres, do grupo inferior.

 

No entanto, os investigadores descobriram que, após o diagnóstico de Parkinson, o maior consumo de flavonoides estava associado a melhores taxas de sobrevivência tanto em homens como em mulheres.

 

Segundo os investigadores, o estudo não prova uma relação de causa-efeito entre o consumo de flavonoides e uma melhor taxa de sobrevivência ao Parkinson, mas mostra uma clara correlação.

 

Segundo Gao, “são necessárias mais investigações para compreender porque é que as pessoas com Parkinson que têm uma dieta mais rica em flavonóides podem ter melhores taxas de sobrevivência“.

 

No entanto, acrescenta o investigador, “se alguém com Parkinson for capaz de adicionar algumas bagas, maçãs, laranjas e chá às suas dietas semanais, os nossos resultados sugerem que pode ser uma forma fácil e de baixo risco de possivelmente melhorar o seu prognóstico”.

 

“E embora não encorajemos as pessoas que atualmente não bebem álcool a começar a fazê-lo”, conclui Gao, “as pessoas que já bebem álcool regularmente deveriam considerar mudar a sua bebida para vinho tinto“.

 

Por   Inês Costa Macedo, originalmente publicado por: Planeta ZAP //

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